Nasceu aos 28 de abril de 1926 em Bambuí - MG. Fez seus estudos primários em sua cidade natal. O secundário no Caraça e superiores em Petrópolis. Pós-graduação em Paris. Foi ordenado presbítero aos 18 de outubro de 1953, em Petrópolis. Foi professor nos Seminários Maiores de Mariana, Fortaleza, Diamantina, Petrópolis e na Universidade Católica de Petrópolis. Foi superior provincial da província brasileira da Congressão da Missão. Foi, ainda, pároco em Bambuí. Sua ordenação episcopal foi realizada na Matriz de Sant Ana de Bambuí, aos 25 de Julho de 1980, pelos Bispos Dom Belchior da Silva Neto, CM, Dom José Lázaro Neves, CM e Dom Ladislau Biernaski, CM. Seu lema episcopal era: "Evangelizar os Pobres"
Prelazia de Cametá – 1980 –2001O período mais feliz e frutuoso da minha vida sacerdotal.
No dia 24 de agosto de 1980, às oito horas da manhã de um bonito e ensolarado dia, eu desembarquei no porto de Cametá, acolhido por uma grande e entusiasmada multidão, indo em festiva caminhada até à Catedral de São João Batista, onde com solene concelebração com os padres da Prelazia de Cametá, diante do Arcebispo de Belém, Dom Alberto Ramos, e de diversos bispos do Regional Norte II.Lembro-me de que, na homilia em que se saudava o povo vindo de todas as paróquias, da Prelazia com os respectivos párocos eu lhes apresentei emocionado o meu programa de vida e de ação na Prelazia. Resumidamente eu lhes dizia: “Serei Bispo de todos e para todos, mas como vicentino e colhendo a grande opção preferencial da CNBB pelos pobres, serei principalmente Bispo dos pobres e para os pobres”. E eu que escolhera como lema do meu brasão episcopal a frase do profeta Isaías: “O Senhor enviou-me para evangelizar os pobres”, numa carta que escrevi a meu co-irmão do sul, eu dizia então muito feliz: “depois de tantos anos, somente agora vou ser de fato missionário dos pobres, como queria S. Vicente de Paulo, nosso fundador...”Trabalho Pastoral: Chegando numa região desconhecida, eu não quis de imediato, nem planejar nem tomar qualquer atitude ou decisão de ordem pastoral; resolvi passar primeiro todo um ano em observação e aprendizado visitando todas as Paróquias e muitas Comunidades Crsitãs. No final do ano em que fizemos muitas visitas e participamos de muitas reuniões pastorais e de assembléias, cheguei às seguintes conclusões:1- A Pastoral da Prelazia, tendo como eixo as Comunidades Cristãs, estava muito bem encaminhada e correspondia às orientações da CNBB e às conclusões de Medellin e Puebla. Por isso, eu iria seguir na minha pastoral, esta mesma linha e orientação, procurando apoiar e estimular as Comunidades Cristãs como o “verdadeiro modo novo de ser Igreja hoje”, estimulando o protagonismo dos leigos, tanto mais que os nossos padres eram relativamente pouco numerosos para uma Prelazia tão vasta, de caráter missionário como a nossa.2- Nada fazer nem decidir sozinho, mas sempre por meio de assembléias ou conselhos pastorais, convencido de que vários vêem mais e melhor do que um só! Por isso, coloquei aqui também uma prática um princípio que eu adotara e seguira durante os nove anos em que fui superior provincial na Província brasileira da Congregação da Missão, com sede no Rio de Janeiro: “é preferível errar com o Conselho do que acertar sozinho”.Assim, numa das assembléias pastorais resolvemos dividir o território da Prelazia em duas Regiões Pastorais distintas: a região trans-amazônica compreendendo as Paróquias de Tucuruí, de Pacajá, onde predominavam os migrantes os nativos da região, em geral descendentes das populações indígenas que viveram nesta região e das quais ainda restavam 2 ou 3 aldeias. Deste modo, nossa ação pastoral estaria mais de acordo com a mentalidade e costumes dos habitantes dessas duas regiões. Isto é, seria numa pastoral mais inculturada.O trabalho pastoral então era realizado por meio de visitas freqüentes às Comunidades Cristãs para reuniões, celebração da missão e administração dos Sacramentos.As Comunidades Cristãs eram bem organizada, conscientes e responsáveis. As diversas lideranças leigas ajudavam muito nesse trabalho de animação das comunidades. Entre essas lideranças, quero salientar de modo especial os “Animadores” e ou “Animadoras” que eram líderes que assumiam 8 ou 10 comunidades de um determinado Distrito Paroquial que visitavam e animavam, ajudando a resolver problemas e dificuldades e até promoviam nelas alguns cursinhos para formação e aprofundamento dos comunitários.Pastoral Social: Conforme o ensinamento e exemplos de S. Vicente de Paulo, na evangelização devemos atender às necessidades especiais e materiais, cuidando da alma e do corpo do povo, como fazia Jesus Cristo.Como “Bispo dos pobres e para os pobres”, dei prosseguimento à Pastoral Social que encontrei na Prelazia e procurei mesmo ampliá-la, conforme veremos à frente incrementando-a e diversificando-a Pastoral da Saúde: Tínhamos uma equipe de Saúde Popular que promovia cursos de saúde para as comunidades e procurava formar auxiliares de enfermagem para as comunidades e também formar parteiras práticas que atendessem as gestantes nas comunidades; e também desenvolvia u grande trabalho e empenho para valorizar o uso dos remédios caseiros; para isso, incentivavam o cultivo de plantas medicinais e fabricava remédios caseiros, cuja fabricação aprendiam com o médico Dr. Celerino que todo ano vinha de Recife para ministrar cursos práticos de medicina popular em Cametá. Chegou-se até a manter em Cametá uma farmácia de remédios caseiros. Também se confeccionou uma cartilha de remédios caseiros e suas respectivas serventias.Defesa dos Pobres: Para atender e socorrer os pobres da cidade, foi fundada uma conferência vicentina, conferência Santa Luiza de Marillac constituída só de jovens.A população pobre da zona rural viviam em pequenos lotes de terra, onde tinham a sua habitação e faziam suas roças, nas ilhas do rio Tocantins. Quando cheguei a Cametá havia na região um problema agrário muito sério e grave que atingia geralmente os nossos comunitários do interior, em todos os municípios; a grilagem de terras de que os pobres eram vítimas. Fazendeiros e grandes da cidade queriam simplesmente expulsá-los e apossar-se de suas terras para anexá-las aos seus latifúndios.Cheguei a Cametá exatamente na época de um desses conflitos que se tornou emblemático: o conflito na Comunidade Cristã do Anilzinho, na Paróquia e município de Baião.O Pe. Henrique Riemslag, Cm, administrador apostólico da Prelazia de Cametá que foi à minha terra, Bambui, MG; por ocasião da minha Ordenação Episcopal, teve então um gesto que me marcou profundamente para o resto da minha vida: na hora do ofertório da missa da minha ordenação episcopal, o Pe. Henrique tirou do bolso um saquinho branco recheado de terra, e explicou: “este saquinho traz terra da Prelazia de Cametá; mas precisamente terra da comunidade cristã do Anilzinho, onde um grileiro quer tomar as terras dos pobres comunitários e expulsá-los de lá. A Prelazia decidiu assumir a Causa dos comunitários e defendê-los contra o grileiro. Eu trago aqui este pouco de terra do Anilzinho, para que o nosso novo Bispo tome conhecimento e assuma também a causa e a defesa dos nossos pobres comunitários...”Fiquei profundamente emocionado e empenhado nesta causa...Apenas chegado a Cametá, a minha primeira preocupação foi deslocar-me até o Anilzinho (área de 150 Km de Cametá) para levar pessoalmente àqueles comunitários e aos demais comunitários da Prelazia a minha solidariedade e apoio à sua causa.Lá chegando encontrei os comunitários reunidos no barracão comunitário, estudando a situação e procurando pistas e soluções à luz da Palavra de Deus. Enquanto isso, alguns comunitários rondavam o barracão, do lado de fora, e trajendo espingardas, ao outro para proteger e defender os companheiros contra um possível ataque dos jagunços do grileiro. O que felizmente não aconteceu.Era comum por esse tempo e nessa região a gente encontrar na estrada lavradores que iam para as suas roças com a enxada num ombro e no outro a espingarda, a fim de defender-se dos ataques dos jagunços...Era de ver também como as comunidades circunvizinhas aderiam à causa do anilzinho e também vinham tomar parte nesta luta.Garantida assim provisoriamente a permanência das comunitários no anilzinho, dirigimo-nos às autoridades estaduais em Belém, pleiteando, o reconhecimento oficial dos direitos dos habitantes, da região do anilzinho. Não demorou muito e esses direitos foram reconhecidos oficialmente e garantidos. Ganhamos assim essa primeira batalha, mas não a causa total pois as comunidades, em toda a Prelazia, continuavam ameaçadas do mesmo modo o que causava um desassossego geral...Tomamos então duas atitudes: 1) Pedimos à nossa Província do Rio de Janeiro que nos enviasse, emprestado, o Padre Marcos Evangelista Gonçalves, CM, que era advogado, para conduzir os procedimentos jurídicos em vista da defesa dos comunitários que defendiam as suas terras. 2) Reuniões anilzinho: Em segundo lugar, decidimos realizar anualmente um encontro de lavradores, por 3 dias, para estudar e aprofundar as questões agrárias, cada vez numa região diferente da Prelazia, onde estivessem havendo maiores pressões e dificuldades. Em memória dos conflitos e da vitória do anilzinho, esses eventos de lavradores, desde o início, foram denominados, e assim ficaram conhecidos como ‘Encontro Anilzinho”. E, assim, por meio desses encontros anilzinho vem dirigidos e assessorados pelo Dr. Pe.Marcos Gonçalves, foi sendo elaborado e facilmente aprovado pelas comunidades cristãs a famosa “Lei Anilzinho” que eu, numa reunião de lavradores, em Pacajá, na região transamazônica, publicamente a chamei de “a nossa Lei de Reforma Agrária”.Essa lei do anilzinho ficou conhecida e até aplicada não só no Estado do Pará mas, também, em outros estados do Brasil. Aos poucos a questão agrária na Prelazia foi se aquietando e os comunitários puderam viver e trabalhar em paz...Outra luta árdua em prol dos nossos camponeses pobres foi a respeito do “Sindicato dos Trabalhadores Rurais”, no que também muito nos ajudou o nosso advogado Pe. Marcos Gonçalves. E foi assim em todos os municípios da Prelazia. Existiam e funcionavam os sindicatos dos trabalhadores rurais (STR), mas todos eles estavam nas mãos de “pelegos” e de políticos que os transformaram em simples órgãos assistencialistas e de apoio aos políticos sobretudo em tempo de eleições. Resolvemos então empreender uma luta, a fim de conquistar para os lavradores este instrumento de defesa de seus direitos.Para isso então, em todos os municípios organizamos a “Oposição Sindical” esclarecida, atenta e continuamente vigilante, baseada nos estatutos dos sindicatos exigindo sempre seu exato cumprimento. Assim, aos poucos os pelegos e políticos foram perdendo força e influência até que nas eleições sindicais foram sendo vitoriosos os candidatos lavradores; e, assim, sendo conquistados, um a um, todos os STRs no território da Prelazia. O que se conseguiu com muita vigilância e atenção esclarecida dos lavradores, pois os detentores da situação faziam de tudo para conservar-se como donos dos STRs, promovendo até anulação da eleição quando viram que iriam perder mesmo. E, quando tiveram que entregar a direção dos sindicatos, deixaram os STRs, endividados e depredados.Luta contra a Eletronorte: Por fim tivemos de enfrentar uma luta prolongada e acirrada contra a eletronorte, empresa estatal responsável pela construção da Hidrelétrica de Tucuruí, uma das maiores do Brasil, inferior apenas à binacional Itaipú. Essa nossa luta visava defender os direitos dos nossos camponeses da região transamazônica, desprezados e prejudicados pela eletronorte que passou a ser denominado pelo povo de eletromorte...É que a Eletronorte, querendo afastar os camponeses da área que seria ocupada e inundada pela represa de Tucuruí, enviava os seus funcionários a procurar os camponeses levando um documento ou mesmo um papel em branco para eles assinarem, dizendo-lhes que recebiam da eletronorte uma indenização já estipulada pelos técnicos, por vezes irrisória e ameaçavam aos que se recusavam a assinar àqueles papéis, então que seriam despejadas sem indenização alguma..A minha primeira viagem à região transamazônica, ao visitar a vila de Repartimento, levaram-me à Capela repleta de camponeses que desejavam expor-me as arbitrariedades e prepotências da eletronorte, e a mim pediam pela solidariedade da Prelazia.Hipotequei-lhes então nosso apoio, ajuda e solidariedade, citando-lhes um provérbio mineiro: o mineiro dá um boi para não entrar numa fria, e dá uma boiada para não sair enquanto não alcançar a vitória. Lhes disse então: “Eu sou mineiro, e como Bispo de vocês vou entrar nessa briga para defendê-los e ajudá-los, podem confiar e estar certo disso”.Vou proceder assim: primeiro, junto com nosso advogado, Pe. Marcos Gonçalves, vou tentar dialogar com a eletronorte procurando resolver esta questão; se porém a eletronorte não quiser escutar e atender-vos, então partiremos para a luta junto com vocês.Então para não entrar na briga, solicitei ao nosso advogado, Pe. Marcos, que fizesse em meu nome um ofício ao presidente da eletronorte em Brasília, denunciando os abusos que estavam sendo cometidos contra os nossos nobres camponeses, e reclamando providências e medidas urgentes que respeitassem os direitos dos camponeses.Somente 3 meses depois, é que recebi uma fria resposta do presidente da eletronorte afirmando que tudo estava sendo realizado com muito critério e justiça, e que portanto não tinha nada a reparar e corrigir. Mesmo assim, ainda procurei manter contato pessoal com a direção local da eletronorte, em Tucuruí que já acusava a Prelazia de retrógrada e contrária ao progresso da região e aos benefícios que adviriam para a população.Procurei mostrar-lhes como a Prelazia não era retrógrada nem contrária à Hidrelétrica, nem aos benefícios futuros à população, mas que estávamos ao lado do nosso povo oprimido e espoliados em seus direitos, podíamos então ter certeza de que, enquanto a Eletronorte, que já era denominada pelo povo de eletromorte, prosseguisse em seus métodos arbitrários de opressão e desrespeito aos nossos camponeses, deveriam ter a certeza de encontrar a nossa Prelazia pela frente.Esgotado inutilmente o diálogo, restava-nos então organizar o povo e vir acampar diante dos escritórios da eletronorte, em Tucuruí para reclamar seus direitos já que a eletronorte não admitia nem receber uma comissão dos camponeses que queriam apresentar suas reivindicações e abrir negociações para se chegar a um acordo justo. As exigências básicas dos camponeses eram estas: indenização justa por suas terras e benfeitorias, ou então relocação para outras terras de comum acordo; indenização pelos prejuízos já causados pela eletronorte. Além disso, como as vilas de Breu Branco e de Repartimento deveriam ser completamente inundadas e afogadas pelas águas da barragem da eletronorte, os camponeses e os habitantes dessas vilas reclamavam da eletronorte a construção de novas vilas, em lugar seguro, afim dos habitantes poderem transferir-se para lá. A eletronorte queria dar apenas uma pequena e insuficiente ajuda para os habitantes construírem suas novas casas e transferir-se.Firmamos então nossa posição: o povo está satisfeito em suas vilas e não pensa espontaneamente em mudar-se; a eletronorte que exige sua transferência compete então construir e entregar à população as novas vilas do Breu Branco e do Repartimento.Reprisei muitas idas e vindas e vários acampamentos à frente dos escritórios da eletronorte em Tucutuí. A eletronorte, enfim, para se ver livre desses incômodos e pressões, resolveu negociar, recebendo para isso uma comissão de camponeses liderados e assessorados pela CPT., através de sua delegada, Srta Ainda Maria da Silva que viera restabelecer-se em Tucuruí para acompanhar mais de perto e ajudar em toda essa luta.E, assim, depois de muito esforço e sofrimentos, após cerca de 2 ou três anos de luta, valeu a pena. 1) Os camponeses viram suas reivindicações atendidas em cerca de 90%; 2) As vilas de Breu Branco e Repartimento foram totalmente construídas, urbanizadas e beneficiadas pela eletronorte, tormando assim possível a mudança dos habitantes para as novas vilas de Breu Branco e Repartimento, onde também a Prelazia estabeleceu casas de freiras para atendimento e ajuda ao povo e também erigindo Paróquias nestas duas vilas, e Breu Branco já sede de um novo município, desmembrado de Tucuruí.Essa vitória da Prelazia e dos camponeses não encerra ainda toda a questão. Agora eram os habitantes das ilhas e os ribeirinhos abaixo da barragem que reclamavam da mortandade dos peixes, base de sua alimentação e da poluição das águas do Rio Tocantins que matavam os cacoais e açaizais ribeirinhos e causavam muitas doenças na população.Após novo acampamento em frente dos escritórios da Eletronorte em Tucuruí e após diversas reclamações e denúncias através dos jornais e TV em Belém, a Eletronorte resolveu contratar uma empresa especializada do Rio de Janeiro para examinar esta questão e dar uma satisfação ao povo... e ainda recomendou à Eletronorte que entrasse em negociação, pois esse povo das comunidades cristãs eram bem organizados e o Bispo que os apoiava era muito exigente e enjoado.Essa luta e apoio aos camponeses da Prelazia, procurei estendê-la também a outras regiões do Estado do Pará, pois fui durante 8 anos, em dois mandatos consecutivos, Presidente do Regional Norte 2 da CNBB, e também especificamente o Bispo responsável pela CPT em todo o regional norte 2.Pastoral Vocacional: Quando cheguei à Prelazia de Cametá em 1980, a Prelazia não contava com nenhum Padre diocesano. Os padres todos que lá trabalhavam, aliás com muito zelo e dedicação, eram todos missionários lazaristas, holandeses da Província de Fortaleza, e mais dois padres Carlistas na barragem de Tucuruí. Também da Província de Curitiba aqui trabalhavam alguns padres vicentinos (lazaristas) e posteriormente também a Província do Rio de Janeiro enviou-nos alguns padres lazaristas.Veio-me então, desde o início, a convicção de que eu deveria fundar e promover a Pastoral Vocacional e cuidar da formação do nosso futuro clero diocesano.Dentre os padres da Prelazia, no início, só contei com o entusiasmo e apoio do Padre José Coutinho Favacho, natural da nossa Paróquia de Baião. Encarreguei-o então de construir no bairro da matinha um prédio de madeira para acolher os primeiros candidatos, e assim começava o nosso Seminário Menor Padre Josimo!. Consegui da Província do Rio de Janeiro um padre para formador e reitor, Pe. Sebastião Carvalho Chaves,CM, já muito experiente nesse trabalho de formação sacerdotal; e os seminaristas iriam freqüentar as aulas no INSA (Instituto Nossa Senhora Auxiliadora), colégio das Irmãs Vicentinas da Caridade. O Seminário Maior seria em Belém, no seminário São Gaspar, sob a responsabilidade das Dioceses e Prelazias.Assim, quando em 1999 por doença eu tive de renunciar o governo pastoral da Prelazia tive a consolação e alegria de deixar, ordenados por mim, sete padres diocesanos fruto do nosso “Seminário Menor Padre Josimo” e do Seminário Maior São Gaspar, em Belém. Além desses sete, eu aceitei e ordenei outros 3 candidatos vindos de outras dioceses; dois de Minas Gerais e um do Pará.Assim quando em 2001, entreguei a Prelazia ao meu sucessor, Dom Jesus Maria Cizaurre, OAR, o nosso clero secular diocesano já contava com 10 padres, e ainda deixei no seminário maior São Gaspar, em Belém, sete ou oito seminaristas maiores pertencentes à Prelazia de Cametá.Assim, apesar de tantas lutas e dificuldades nos meus 21 anos de Prelazia de Cametá, foi com muito aperto no coração que, em novembro de 2001, deixei a Prelazia para procurar recuperar a saúde em Belo Horizonte, a chamado do superior provincial, Pe. Eli Chaves dos Santos, CM.Esses 21 anos que vivi e trabalhei na Prelazia de Cametá foram, na verdade, os anos mais felizes e frutuosos da minha vida sacerdotal de quase 50 anos... Por isso também continuo com o firme propósito de, conseguindo a recuperação de minha saúde, regresse para a Prelazia de Cametá, como missionário pelo resto de minha vida, se de um lado, o governo provincial da minha Província do Rio de Janeiro me permitir esse regresso, e de outro lado, se a Prelazia de Cametá ainda me aceitar para esse trabalho missionário!.Então, até lá, Cametá, se Deus quiser!...
Belo Horizonte, 7 de dezembro de 2002.Dom José Elias Chaves, cm.Bispo Emérito de Cametá.